Servidores denunciam e desembargador do TRT-RJ é afastado por assédio moral
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Denúncias de assédio moral apresentadas por servidores motivaram o afastamento do desembargador Roberto Norris, do Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região (RJ). A decisão foi tomada em sessão do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), realizada em 22 de setembro, após o julgamento do caso ter sido adiado por três sessões consecutivas no TRT1, devido à falta de quórum.
O voto do corregedor, ministro Vieira de Mello, destacou a elevada rotatividade (40 servidores trabalharam no gabinete do desembargador em 13 anos, período considerado relativamente curto), o número de licenças médicas por doença mental, os relatos sobre temor de retaliação e a pressão para não usufruir de licenças médicas.
Ricardo Quiroga, vice-presidente do Sisejufe, acompanhou toda a movimentação referente à denúncia. Além disso, esteve presente nos julgamentos adiados, no TRT-RJ, e na sessão que afastou o desembargador, no CSJT. “É uma notícia muito importante, e saudamos o Conselho por ter quebrado o corporativismo que, infelizmente, protelou por tanto tempo a resolução desse caso. Esperamos que, com isso, se combata cada vez mais o assédio moral, conforme estabelecem as políticas do CNJ e do CSJT, sem poupar magistrados ou gestores por conta de corporativismo e protecionismo a amigos”, enfatizou.
Sinjutra contra o assédio
Para a coordenação do Sinjutra, a atuação do CSJT significa um avanço importante no combate ao assédio moral. A ação, proveniente da instância superior que institui as diretrizes da Justiça do Trabalho, pode ser considerada uma conquista para todos aqueles que combatem a prática no Judiciário Trabalhista.
O Sinjutra segue firme no combate e prevenção do assédio moral. Um dos pilares de atuação do sindicato é a campanha permanente “Todo assédio destrói carreira, tanto de quem pratica quanto de quem sofre”, que conta periodicamente com o envio de material, abordando o tema sob diversas perspectivas. Tão importante quanto o envio do material, é o canal de denúncia que o sindicato mantém para acolher as vítimas e combater essa prática. Se for o seu caso ou a situação vivida por algum colega, entre em contato por meio do link https://sinjutra.org.br/denuncia
(Com informações da coluna Bela Megale, do jornal “O Globo”)